sexta-feira, 29 de julho de 2011

Guerra na Cisplatina e a independência do Uruguai


No domingo passado, quando o Uruguai foi campeão da Copa América, muitos rio-grandenses estavam torcendo por essa seleção. Contudo, a relação entre o Rio Grande do Sul e o Uruguai nem sempre foram tão boas.
Em 1808 a família real portuguesa vem para o Brasil, fugindo das invasões napoleônicas. O mesmo processo de expansionismo francês ocorria na Espanha, o que gerou uma maior autonomia das suas colônias. Buenos Aires declarou sua emancipação em maio de 1810, o que gerou conflito contra Montevidéu, que permanecia fiel à Coroa espanhola. O exército luso-brasileiro interveio nesse processo em prol dos espanhóis em 1811.
Como se não bastasse, no mesmo ano, a Banda Oriental (atual Uruguai) era agitada pelo levante de tropas do caudilho popular general Gervásio Artigas. Entre os seus projetos estava, por exemplo, uma reforma agrária, o que contrariava tanto as elites portenhas (de Buenos Aires), como brasileiras.
Momento em homenagem a Artigas em Montevidéu
Em 1816, Artigas conquista Montevidéu, o que resulta em uma nova ofensiva por parte de D. João VI, rei português estabelecido no Brasil, com um exército liderado pelo general Carlos Lecór, Barão de Laguna. Em 1820, o caudilho uruguaio foi derrotado e a Banda Oriental foi anexada pelos lusos com o nome de Província Cisplatina.
General Lecor
Quando em 1822, o Brasil se emancipou politicamente de Portugal, o Uruguai fazia parte de seu território. Todavia, essa incorporação da Cisplatina pelo Império Brasileiro não foi bem vista nem pelos portenhos, nem pela Inglaterra. Assim, em 1825, um grupo liderado por Juan Antonio Lavalleja chamado de 33 orientales, vindos de Buenos Aires invadiu a Banda Oriental, dando início ao conflito conhecido como “Guerra da Cisplatina”. 
Mapa do Brasil na época da independência, com o Uruguai como
 uma das províncias
As intervenções militares do Brasil na Banda Oriental foram positivas para elites sul-rio-grandenses que tomaram diversas terras nessa região como propriedades. Vários comerciantes portugueses se estabeleceram em Montevidéu, fazendo com que as charqueadas do Rio Grande do Sul se desenvolvessem pelo gado oriundo da Cisplatina.

 
Bibliografia:
KÜHN, Fábio. Breve história do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Leitura XXI, 2004.
PESAVENTO, Sandra Jatahy. História do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Mercado Aberto, 1990.
PRADO, Fabrício. “A presença luso-brasileira no Rio da Prata e o período cisplatino”. In:NEUMANN, Eduardo Santos. GIJÓ, Luiz Alberto. O Continente em armas: uma história de Guerras no sul do Brasil. Rio de Janeiro, Editora Apicuri, 2010.